sábado, 31 de março de 2007

Nós, por enquanto


Umas vezes mais, outras menos, frequentemente continuamos a encontrarmo-nos. Trocamos e-mails, livros, Cd´s e filmes. Falamos das nossas viagens, de países, de continentes e gentes.
Uma, visitou o convento de Mafra, desventrado bastião absolutista e andamos numa de história de Portugal. Não tínhamos a mesma idade em 1974.
Ouvimos música e música Portuguesa. Poetas.
Uma, conseguiu ir ao festival de Edimburgo. Recomendamos espectáculos de teatro outros nem por isso. Procuramos peças contemporâneas.
Pesquisamos. Novas linguagens. Inventamos. Encontramo-nos em autores. Estudamo-los.
Uma, o ano passado traduziu a peça do Irvine Welsh. Juntamo-nos com outros actores, músicos, pintores, figurinistas, cenógrafos, luminotécnicos, tradutores, dramaturgos, argumentistas, guionistas e outros. Procuramos sentidos. Levámos espectáculos a cena. Fazemos projectos.
Discutimos política, mas nunca futebol. A linguagem dominante é masculina

Em Portugal referenda-se, mais uma vez, a despenalização da interrupção da gravidez por opção da mulher. Empenhamo-nos no direito de opção da mulher.
Agora somos três mulheres. Descobrimos o nosso sexo, ou mais correctamente, o género. Rimo-nos.
Não somos feministas. Não queremos ser iguais aos homens. Temos tempos diferentes e temos de ter direitos, também. Não nos orgulhamos de ser mulheres, porque isso não se escolhe. Orgulhamo-nos de muitas outras coisas.


2 comentários:

rita disse...

É de vê-las juntas quando riem, quase sempre.
Digo eu,um certo Jorge.

MoiMêMê disse...

Uma em 1974 ainda não era nada de nada :)...